sexta-feira, 13 de novembro de 2009

pessoas e PESSOAS

Tanto se fala de altruísmo e tão pouco se vê. É verdade que ao dar uma esmola hoje em dia, não se sabe se se está a ajudar alguém que não precisa em detrimento de cinco passos à frente já não pudermos ajudar aquele que precisa. Diferente não é aquela situação de donativos a instituições, principalmente, em grande escala, feira de vaidades e protagonismo com intuitos de promoções individuais.

Há quem peça esmola gratuitamente, como opção de vida com pouca dignidade. Há quem não peça esmola por uma questão de vergonha, perdendo a dignidade. E, são estes últimos os mais preocupantes, quer para eles próprios, quer para a sociedade.

A pobreza miserável destabiliza emocionalmente, socialmente e economicamente a civilização organizada. Tantos levantamentos se fazem da pobreza, tantos gráficos são elaborados; fazem-se, por correio e telefone, questionários com perguntas acerca do número do agregado familiar e respectivo rendimento, chegam-se a conclusões generalistas e irreais pois, as pessoas têm vergonha de mostrar a sua pobreza. No terreno, visitas a bairros degradados, para continuarem a ser degradados.

Não me lembro nunca de ouvir dizer que os autarcas presidentes de Juntas das freguesias tenham sido incumbidos de fazer levantamentos reais e direccionados a ajudar famílias identificadas. Não estou a dizer que muitos não o façam, mas não por directivas camarárias e governamentais.

Mas, não é só o aparelho de Estado destas e outras falhas e ou incompetências, esquecemo-nos que nós, povo, somos Estado. Que podemos indignarmo-nos com a pobreza e miséria do nosso vizinho. Que podemos reclamar a partir de quem mais perto de nós nos representa, o tal presidente da junta. Que podemos ajudar por meio de organizações de escalas mais restritas à semelhança de comissões de moradores.

O altruísmo não carece de decretos, carece sim de sensibilidade, princípios, nobreza, boa-vontade, respeito, humildade, gratidão, bom senso, diplomacia. E não se pense que altruísmo só se mede em ajudas pecuniárias e géneros, mede-se, também, em atitudes; quando há uma reivindicação pertinente, por exemplo, do sector primário da nossa economia, quantos do secundário e terciário ficam sensíveis e apoiam a causa activamente?

2 comentários:

  1. Claro que é urgente!
    É urgente tudo, nestes dias de pressa latente.
    Mas altruísmo não é uma obrigação ou dever - devia antes ser um sentimento - devia ser ensinado à nascença - como boa-educação e gostar do próximo.
    Há quem o seja inatamente e quem nao o consiga ser jamais.
    Mas de facto há quem o POSSA SER porque tem ferramentas legais para o por em prática a alta escala, sem incorrer em infracções ditas isto e aquilo.

    O pior é que na Sociedade da
    Terceira Vaga (ou já iremos na Quarta, Alvin Tofler?)nao há tempo a perder... muito para ver no You Tube, no MY Space, arranjar um blind date e um match para sempre e viveram muito felizes.

    Que saudades de ver a Lucy no Ceu c Diamantes - ao menos a malta sabia que só durava consoante o peso - LOL

    ****************************

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  2. concordo, infelizmente, com a apetência inata. contudo, tal como no explorar das nossas capacidades para a construção da sociedade, o fazer bem também se ensina. Depois, temos é pessoas mais ou menos cooperantes.

    Quanto às vagas: tenho andado a pensar em livro de merceeiro e agenda de bolso, LOL

    O 31 que o Jonh arranjou com a Lucy. Depois disse que foi o filho. eheheheheheheheheh

    Obrigado Lurdes
    Bjs

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