quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Birras e embirrações

Os poderes Executivo, Legislativo e Judicial são, segundo a divisão dos poderes estabelecidos, independentes. Isto quer dizer que nenhum deve e pode interferir nas decisões e ou execuções dos outros, não obstante concordarem ou não. A partir do momento que está estabelecido que determinado poder assume funções, não há volta a dar salvo em situações e acontecimentos de Segurança Nacional. Aqui o executivo, na pessoa do Presidente da Republica, tem a palavra decisiva na tomada de posição.

Li com atenção a coluna de António Costa, aqui:
http://economico.sapo.pt/noticias/vamos-voltar-a-discutir-o-pais_74476.html , e chego à conclusão que muito se viola o principio da independência dos Poderes de Estado. O poder Judicial acaba por ser estrangulado pelos outros dois. Ainda mais, não pelas palavras do autor do artigo mas, fica claro que o poder executivo tem uma postura politica mais forte que o próprio Parlamento, o que não devia segundo a consagração dos poderes. Porque acontece isto? Porque a oposição interfere de tal maneira politicamente em questões executivas, que induz a sociedade que é o PS que governa na pessoa de Sócrates e não no seu papel de administrador do território.

Quando foi criado este modelo de Administração Nacional, embora não pareça, o objectivo é que cada entidade se ocupe de determinada matéria em exclusivo, a fim de evitar posturas tendenciais. Maiorias e minorias formam um só tecido social isto é, no que diz respeito às leis, igual para todos. Mas, estas entidades são recheadas de pessoas e como diz António Costa: “..isto não diz respeito às leis, que existem e são suficientes para garantir que ninguém está acima delas, nem o primeiro-ministro. Isto diz respeito às pessoas, à sua integridade e à sua ética”.

Graça Franco disse, hoje, na Rádio Renascença
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=123&did=79803 a respeito de outro tema, desemprego: são situações de convulsões sociais que dão abertura a soluções populistas e totalitárias. E, António Costa também frisou a generalização da crítica sobre José Sócrates: quem não lhe emite opinião crítica, é socrático. Em ambas as opiniões vislumbra-se um alerta sobre a soberania.

Não quer dizer que os governos totalitários sejam melhores ou piores que os democráticos, a única diferença é como as empresas que não têm conselho de administração e as que têm.

Já agora, uma frase de Sarsfield Cabral, também na RR ontem
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=122&did=79619 : “Os governantes não prestam? Mas fomos nós quem os escolheu em eleições livres… (…) a mudança ética na vida pública tem de começar por nós. Arranjar bodes expiatórios é uma ilusão.”

Foto da autoria de outro amigo: Nuno Moura


http://photo.net/photos/Nuno%20Moura





1 comentário:

  1. Várias opiniões, várias defesas e várias Leis e poderes e Partidos e Orgãos de soberania.

    E imensa gente - demasiada gente - desesperada num Animal Farm que nunca terá fim.

    Efectivamente chega de arranjar bodes expiatórios!

    Por altura das eleições, uma amiga dizia-me - "Como sempre, vou votar em branco, em protesto, e à falta de alternativas!" e eu, como sempre, defendia que o voto em branco é um voto cobarde e de irresponsabilidade, além de ser mais um gasto do € de todos para o lixo. E expliquei - se não há alternativas, criem-nas, comecem Partidos, iniciem novas linhas Políticas, marchem na rua, façam qualquer coisa, mas nao se escondam cobardemente numa palvra politicamente correcta=a nada fazer / abstenção, que, as mais das vezes apenas traduz fim de semana tranquilo em familia ou no Algarve ou Espanha dependendo da altura do ano e do calendário. Votar em branco nunca me pareceu solução, antes cobardia, e atirar hipótese de alternativas para as costas dos outros.

    E, apesar de, na realidade, este País estar cada vez mais sem alternativas políticas, somos nós quem votamos (ou não) quem nos governa (ou não). Resta ser coerente e aguentar (ou não) as opções tomadas.

    Portanto, chega de bodes expiatórios!
    Antes de apontarmos o dedo ao que está mal, tentemos antes pensar em como solucionar o que está errado - porque árbitros de bancada há aos milhões pelo mundo, bons jogadores no campo, escasseiam!

    E sim, é vergonhoso como este País se afunda com consentimento, mas não se adivinham tempos de mudança enquanto formos um grão de areia numa engrenagem bem oleada.

    Mas pelo menos façam de conta que se importam...

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